16/06/2013

Prática transformadora da realidade e projeto de uma sociedade planetária


Texto: José Antônio Somensi (Zeca)
Fotos: M. Fernanda M. Seibel



Nos dias 15 e 16 de junho de 2013 nas dependências do Centro Diocesano de Pastoral aconteceu a quarta etapa da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho 2013-10 ano. A Escola é coordenada pela Cáritas Caxias do Sul e conta com o apoio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Foram dois os temas abordados nesta quarta etapa.


O primeiro tema (15/06) foi “Da alienação à conscientização para uma prática transformadora da realidade”, com a assessoria do professor Dr. Pedrinho Guareschi – UFRGS e UFCSPA (http://www.pedrinhoguareschi.com.br/), quem teve a oportunidade de se perguntar quem eu sou? Foi esta a provocação inicial que o professor Pedrinho nos trouxe e nos disse que somos a soma de resultados das relações que fizeram de nós e de várias maneiras seja no pensamento da família, Igreja, Escola, mídia... Que a consciência é a resposta que conseguimos para a pergunta feita acima e junto com a liberdade e a responsabilidade formam o “tripé” da Dignidade Humana que nos ajuda a estabelecer relações capazes de transformar a nossa realidade.


Utilizando a prática da Paulo Freire que nos ensina 'todos sabem, mas de forma diferente e que saber é um sabor, uma experiência, não é melhor ou pior é diferente e que a apropriação do saber induz as pessoas a pensarem de forma distorcida e interesseira é a maior de todas as dominações'.

O professor Pedrinho nos alerta que vivemos uma nova época e que o que a caracteriza não é mais a fala, mas a coerência, o que se faz, de que forma e quais as relações (eu com o outro) que estabelecemos.



À noite confraternizamos, junto com a Pastoral da Criança, de forma alegre, descontraída.



No domingo, dia 16/06, o tema foi 
“O projeto de uma ética planetária” e contamos com a assessoria do professor Dr. Luiz Carlos Susin – PUC RS (www.lcsusin.com), que afirmou sermos uma família na diversidade congregada numa casa (Planeta Terra) 
e que é a ética que nos faz organizar a vida,
e que cuidar da Terra é cuidar de todos os seres vivos, 
é pela nossa consciência que podemos enfrentar 
as grandes crises:
financeira, alimentar, ecológica e de civilização.


O caminho apontado pelo frei Luiz se dá através através da construção de novos paradigmas, e de ações que que evitem a acumulação da riqueza, criando novas formas de poder que não seja de dominação e que se faz necessário recuperar a espiritualidade aberta e dialogal, desta forma juntos poderemos enfrentar estas crises.

E, só dentro desta ética, como criação do ambiente humano com conhecimento, liberdade e juntos é que poderemos enfrentar estas crises: "Uma ética que integra a paixão e a razão, pois a sabedoria provém da ética."









Textos


Da alienação à conscientização para uma prática transformadora da realidade.
Prof. Dr Pedrinho Guareschi - UFRGS

Da alienação à conscientização - Pedrinho Guareschi

.
Mídia, Educação e Cidadania - Pedrinho Guareschi
.
PALAVRAÇÃO Português - 2 POR FOLHA




O projeto de uma ética planetária. Prof. Dr. Luiz Carlos Susin – PUCRS

Projeto de uma ética planetária - Luis Carlos Susin

Livros indicados > 4° etapa:

Livros indicados:

Psicologia Social Crítica. Pedrinho Guareschi
Sociologia Crítica: Alternativa de Mudança. Pedrinho Guareschi
Sociologia da Prática Social. Pedrinho Guareschi
A máquina capitalista. Pedrinho Guareschi e Roberto Ramos
Mídia e Democracia. Pedrinho Guareschi
Mídia, Educação e Cidadania. Pedrinho Guareschi e Osvaldo Biz.

Nosso Planeta, Nossa vida: Ecologia e Teologia. Organizadores: Luiz Carlos Susin e Joe Marçal Gonçalves dos Santos
Escutar os gemidos da criação em dores de parto (cf. Rm 8,22) e aprender da Mãe-Terra a sabedoria da regeneração: isso é fonte de esperança e penhor de futuro para a humanidade.
Este livro pretende ser uma colaboração da teologia e dos que aceitam dialogar com ela neste trabalho ecumenicamente empreendido, em diálogo com diferentes tradições religiosas, num clima de pluralidade cultural, para o necessário novo humanismo ecológico, que torna irmãos e irmãs todos os que habitam o seio da Terra-Mãe.

'Nosso Planeta, Nossa Vida: Ecologia e Teologia"

"Pensar o Planeta Terra a partir da Amazônia é, antes de tudo, pensar a partir da exuberância da Terra: exuberância da água, das matas, de pássaros, de cores, de sons. A Amazônia é o testemunho de um planeta que pode ser chamado de pérola do universo, onde a generosidade, a fecundidade, as surpresas de uma criação divina - para pensar teologicamente - elevam as suas manifestações em arco-íris a um hino de glória. E depois que começamos a ler este planeta de longe, um pequeno planeta azul sobre um imenso espaço escuro pontilhado de estrelas, suspenso e equilibrado apenas pelas leis da gravidade, sem "embaixo" e sem "em cima", dando a sensação se um mundo sem pés e sem onde se firmar, sem fundamentos nem físicos nem filosóficos, exposto perigosamente ao exterior e às suas próprias reações elementares, torna-se ainda mais admirável e fantástico: um ponto marcado pela vida no universo. O Planeta Terra, nossa casa, casa da vida, pode nos unir em sua exuberância e em sua vulnerabilidade."

Trecho da 'Apresentação - As dores de parto da Mãe-Terra, nossa casa', de Luiz Carlos Susin e Joe Marçal Gonçalves dos Santos, no livro NOSSO PLANETA, NOSSA VIDA: ECOLOGIA E TEOLOGIA, Organizadores: Luiz Carlos Susin e Joe Marçal Gonçalves dos Santos (São Paulo: Paulinas, 2011).

.........................................................................................................................

Marcante foi o encontro de etnias ancestrais de índios amazônicos com índios da Índia, que simbolizou a globalização iniciada no século XVI de forma nova e deu seu recado: 

"Estamos aqui, com nossas formas de vida, com nossa medicina, com nossa espiritualidade.

Um planeta ferido: ultimamente é o que mais se conversa, se escreve, se constata. É doloroso reconhecer que nossas ações nesses últimos dois séculos de progresso, tecnologia, de mercado e de consumo cada vez mais intensos são parte desse problema. É possível revertermos esse quadro? Como? Na cidade de Belém do Pará, “portal” da Amazônia, o III Fórum Mundial de Teologia e Libertação, reunido em janeiro de 2009, e antecedendo a terceira edição do Fórum Mundial Social, gritou mais uma vez: “Sim, outro mundo é possível.”

O livro Nosso planeta, nossa vida - Ecologia e teologia, agora lançado por Paulinas Editora, bebe das intervenções ali ocorridas, revelam a riqueza dos muitos workshops, paineis e conferências. Teólogos, pesquisadores e ecologistas de todos os continentes, comprometidos com a sustentabilidade do planeta, de acordo com o projeto de Deus, juntaram-se às culturas indígenas ancestrais de diversos continentes e estão por trás das reflexões sobre a relação entre teologia e ecologia. Como resultado, propõem uma verdadeira ecoteologia.

A partir da exuberância da Amazônia, e atentos às feridas e dores da Terra, inclusive da própria Amazônia, apresentam-se aqui, texto após texto, não só questões críticas, mas possibilidades criativas para realizar o sonho de outro mundo possível. No livro organizado pelos teólogos Luiz Carlos Susin e Joe Marçal G. Santos, há um fio condutor de textos e autores que se sucedem: as dores de parto da criação, que dão fundamento à esperança e à ação, dores teologicamente refletidas. Abre o livro, a Declaração Universal do Bem Comum da Terra e da Humanidade, de Leonardo Boff e Miguel de Escoto.

Título: Nosso planeta, nossa vida - Ecologia e teologia
Orgs.: Luiz Carlos Susin e Joe Marçal G. dos Santos

Fonte: http://www.paulinas.org.br/sala_imprensa/?system=news&action=read&id=474

15/06/2013

PALAVRAÇÃO, Paulo Freire

P A L A V R A Ç Ã O

"Vós sois meus amigos, se praticais o que vos ordeno"(Jo 15,14)

Costumo dizer que, independentemente da posição cristã em que sempre procurei estar, Cristo seria, como é, para mim, um exemplo de pedagogo.

Na minha infância longínqua, das aulas de catecismo, o que ficava realmente em mim era a bondade grande, a valentia de amar, sem limites, que o Cristo nos testemunhava.

Menino ainda, jovem depois, homem afinal, em quem, contudo, o menino continuou vivo, me fascinava e me fascina, nos Evangelhos, a indivisibilidade entre seu conteúdo e o método com que o Cristo os comunicava. O ensino de Cristo não era, nem poderia ser, o de quem, como muitos de nós, julgando-se possuidor da verdade, buscava impô-la, ou simplesmente transferi-la. Verdade Ele mesmo, Verbo que se fez carne, História viva, sua pedagogia era a do testemunho de uma Presença que contradizia, que denunciava e que anunciava.

Verbo encarnado, Verdade Ele mesmo, a palavra que dele emanava não poderia ser uma Palavra que, dita, dela se dissesse que foi, mas uma Palavra que sempre estaria sendo. Esta Palavra jamais poderia ser aprendida se não fosse apreendida e não seria apreendida se não fosse igualmente por nós "encarnada". Daí o convite que Cristo nos fez e por que nos fez continua a nos fazer - o de conhecer a verdade de sua Mensagem na prática de seus mais ínfimos pormenores.

Sua Palavra não é som que voa: é PALAVRAÇÃO.

Não posso conhecer os Evangelhos se os tomo como palavras que puramente "aterrissam" em meu ser, considerando-me um espaço vazio, pretendendo enchê-lo com elas. Esta seria a melhor maneira de burocratizar a Palavra, de esvaziá-la, de negá-la, de roubar-lhe o dinamismo do eterno estar sendo para transformá-la na expressão de um rito formal. Pelo contrário, conheço os Evangelhos, bem ou mal, na medida em que, bem ou mal, os vivo. Experimento-os e neles me experimento na prática social de que participo historicamente, com os seres humanos. Daí a aventura arriscada que é aprendê-los e ensiná-los, enquanto um ato indicotomizável; daí o medo quase sempre incontido que nos assalta ao escutar o chamamento do Cristo à prática de sua mensagem; daí as racionalizações intelectualistas em que caímos e com que opacificamos a Transparência; daí que falamos tanto em BOA NOVA, sem a denúncia do mau contexto que obstaculiza a efetivação da BOA NOVA; daí que separamos "Salvação" de "Libertação"; daí, finalmente, que nos "arquivamos" num tradicionalismo ou num modernismo - maneira de sermos mais eficientemente tradicionais-alienadores - recusando o estar sendo para poder ser, o que caracteriza a verdadeira posição profética.

Conhecer os Evangelhos enquanto busco praticá-los, nos limites que a minha própria finitude me impõe é, assim, a melhor forma que tenho para ensiná-los. Neste sentido é que somente a prática de quem se sabe humildemente um eterno aprendiz, um educando permanente da Palavra, lhe confere autoridade, no ato de aprendê-la e de ensiná-la.

Autoridade, por isso mesmo, que jamais se alonga em autoritarismo. Este, pelo contrário, é sempre a expressão da redução da Palavra a mero som - não mais PALAVRAÇÃO - e a negação, portanto, do testemunho pedagógico do Cristo.



> Notas de Paulo Freire a quatro jovens seminaristas alemães. Texto inédito, escrito em Genebra em 1977.

Entrevistas a Paulo Freire

Paulo Freire




Última entrevista - Paulo Freire

1° parte:

2° parte:

10/06/2013

4 Etapa > 15 e 16 de junho

A quarta etapa da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho 2013.ano 10 será realizada nos dias 15 e 16 de junho de 2013, conforme informações que seguem:
 

4 Etapa > 15 e 16 de junho

Da alienação à conscientização para uma prática transformadora da realidade.
Prof. Dr Pedrinho Guareschi - UFRGS

O projeto de uma ética planetária.
Prof. Dr. Luiz Carlos Susin - PUC RS


Importante:
Trazer copo ou garrafa para água (em razão do cuidado com o ambiente, não há copos descartáveis disponíveis).
Trazer os alimentos (conforme lista) e animação para a Festa Junina!


Investimento:
R$ 80 por etapa, partilhados entre:
- participante: R$ 25
- sua comunidade ou entidade: R$ 25
  (inscrição individual: R$ 50)
- Diocese de Caxias (Campanha de Evangelização e Cáritas): R$ 30

O valor é cobrado, independente da presença (mesmo que faltar em alguma etapa haverá cobrança)
É fornecido recibo a cada etapa, após o pagamento.
O valor inclui hospedagem, refeições e materiais.
Trazer roupa de cama (lençol e fronha) e toalhas.


Hospedagem
(opcional):
Centro Diocesano de Formação Pastoral
Trazer roupa de cama (lençol e fronha) e toalhas; além de materiais de higiene e uso pessoal.