15/11/2014

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Sociedade Sustentável
Prof. Gilberto Faggion - IHU

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Sociedade Sustentável
Prof. Gilberto Faggion - IHU


1- O estado atual da crise civilizacional: onde estamos?
O que você sabe ou percebe sobre crise civilizacional?

Que evidências tem disso?

2 - Por um novo paradigma civilizacional
O que seria importante considerar (que valores ou pressupostos) para a construção de um novo paradigma civilizacional?
3 - Pensar global e agir local
Ações locais, mudanças globais:

o que pode ser viabilizado a partir daquilo que você faz?
4 - Por uma ecologia da ação
É possível desenvolver uma "ética da relação" ao invés de uma "ética da separação", ou seja, é possível refazer as relações com o Planeta?
Crise ecológica
A terra dá sinais de esgotamento devido à ação antropogênica (IPCC), que nos últimos dois séculos pensou em crescimento econômico ilimitado: nosso modo de produção e de consumo.

Nosso consumo dos recursos naturais já excede em 30% a capacidade de o planeta se regenerar (WWF),
Crise energética
A civilização moderna é insaciável por energia. Matrizes energéticas centralizadoras e poluidoras (petróleo, megas hidrelétricas e usinas nucleares).

Terceira revolução industrial: descarbonização da economia e a intergrid, a Internet da energia: uma rede elétrica interativa e descentralizada, com os consumidores como pequenos produtores de energia (Rifkin).
Crise alimentar
A produção de biocombustíveis priva o mundo de quase 100 milhões de toneladas de cereais: atender aos 800 milhões de automóveis ou ao 1 bilhão de humanos que passam fome? (FAO).

Transgênicos (OGMs).
Desigualdades sociais. (África).
Crise econômica (especulação corporativa).
Mudanças climáticas.
Agronegócio X agricultura familiar, reforma agrária, produção ecológica.
Crise econômica
A economia passou por uma “grande transformação” (Polanyi): deixou de ser a “serva” da sociedade para se tornar a sua “senhora” - progresso, PIB, recursos naturais ilimitados.

Desvencilhou-se da ética, da política, do ambiente e passou a ser orientada e regida tão somente pelo mercado.

Capitalismo cognitivo: mercados financeiros.

Homem econômico?
Crise do trabalho
O desemprego, a informalidade, as situações de precarização do trabalho não é algo meramente conjuntural,

A substituição do processo produtivo padronizado pelo processo flexível (Revolução Tecnológica) e
a reorientação do papel do Estado como subordinado ao mercado (financeiro).




Queda do paradigma da sociedade industrial
- Sociedade pós-industrial, pós-fordista (Lazzarato; Negri; Virno; Rulani)
- Capitalismo cognitivo (Vercellone; Corsani; Moulier-Boutang; Cocco)
- Sociedade do conhecimento (Gorz)
- Sociedade informacional (Castells; Lojkine)
- Era do acesso (Rifkin)
- Segunda modernidade (Giddens)
- Pós-social (Touraine)
- Pós-modernidade (Harvey)
- Novo capitalismo (Sennett)
- Modernidade líquida (Bauman)
- Sociedade do risco (Beck)
Qual é a sua pegada ecológica?
Cada um(a) de nós pode calcular e refletir sobre a sua presença no Planeta, calculando a sua pegada ecológica:
http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/

De quantos planetas você precisa? O que isso quer dizer?

Serge Latouche
Precisamos ultrapassar a economia e sair dela.
O de crescimento como condição de uma sociedade convivial.
Serge Latouche
Propõe as 8 R:
- Reavaliar,
- Reconceitualizar,
- Reestruturar,
- Relocalizar,
- Redistribuir,
- Reduzir,
- Reutilizar e
- Reciclar.
Ivan Illich
Há um domínio da técnica sobre o humano e só desfazendo isso é que poderemos buscar ferramentas úteis.

A ferramenta justa corresponde a três exigências:
- é criadora de eficiência sem degradar a autonomia pessoal;
- não provoca nem escravos nem senhores;
- amplia o raio de ação pessoal.

Ivan Illich
Propõe a convivialidade, que seria o inverso da concepção de produtividade industrial.

É a passagem da repetição da carência para a espontaneidade do dom.
Substitui um valor técnico por um valor ético.



Ivan Illich
Uma sociedade que define o bem como a satisfação máxima pelo maior consumo de bens e de serviços industriais do maior número de pessoas, mutila de modo intolerável a autonomia do indivíduo.

Cada um dos valores que assumimos limita, a sua maneira, a ferramenta.
André Gorz
Trabalho no sentido antropológico [Arbeit] é diferente de ganha-pão [Erwerbsarbeit].

Hoje nos transformamos numa sociedade na qual o trabalho nem é auto-apropriado, auto-atividade no sentido filosófico, nem tampouco vinculado a direitos sociais e econômicos.


André Gorz
O capitalismo moderno conduziu à expropriação do trabalho e ao monopólio radical sobre os meios de trabalho.

É necessária uma reapropriação dos meios de trabalho e a construção de uma nova sociedade, em que o trabalho não seja tudo, em que se estabeleça a primazia da política.

Edgar Morin
É preciso inventar “uma política de civilização”.

A crise civilizacional exige uma interpretação sistêmica.

As crises não estão isoladas e requerem uma abordagem a partir do paradigma da complexidade.

Edgar Morin
Trata-se de perceber que “não só a parte está no todo, mas também que o todo está na parte”.

Tudo está interligado, entrelaçado, e há uma interdependência entre as crises.

Nossos problemas não podem mais ser concebidos como separados uns dos outros.

Religação dos saberes.


Edgar Morin
É preciso distinguir cultura e civilização. A cultura é o conjunto das crenças, dos valores próprios à uma comunidade particular.

A civilização é o que pode ser transmitido de uma comunidade à outra: as técnicas, os saberes, a ciência etc. Por exemplo a europeia.

E é esta civilização que, hoje, aporta muito mais efeitos negativos que positivos, que necessita de uma reforma, portanto de uma política de civilização.
Edgar Morin
Trocou a ideia de revolução ("reduzida a uma dimensão violenta")
pela de metamorfose, que, para ele, traduz uma "transformação natural e radical".

Proclama o surgimento de uma religião da fraternidade, resultante do fato "de estarmos perdidos e, assim, necessitarmos uns dos outros".
O conceito de "Bem Viver"
Na luta contra a destruição do planeta e no debate sobre como preservar o que resta, redescobrimos os povos indígenas.

Nos ensinam que o conceito de sustentabilidade está vinculado à outra lógica, ao não crescimento, ao respeito e à preservação da biodiversidade, ou seja, ao conceito de Bem-Viver, a sair da dicotomia entre ser humano e natureza.
Alternativas rumo a uma sociedade sustentável
- Transição para uma Sociedade Pós-Carbono em termos de energia e materiais.
- Reforço de ações de compaixão, participação e solidariedade: uma civilização da empatia.
- Dia Mundial Sem Carro.
- A dieta do clima. Coma menos carne e combata o aquecimento.
- Movimento do Slow Food.

Alternativas rumo a uma sociedade sustentável
- Agroecologia: uma forte alternativa ao agronegócio.
- Ecoblogueiros. Vivem sem dinheiro. Sem eletricidade. Sem carro. Querem reduzir o seu impacto ambiental ao mínimo... e transformar o mundo.
- Movimento da economia solidária.

- Que outro movimento você lembra ou participa?
20 medidas que podem ser realizadas em nosso cotidiano
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/36045-as-mudancas-climaticas-discutidas-por-ongs-e-igrejas

O paradigma da complexidade
A perspectiva analítica que compartimenta para explicar levou a uma visão fragmentada e simplista da realidade, perdendo a visão de conjunto e esquecendo as relações que intercorrem entre os diferentes elementos que compõem a realidade.

É necessário buscar desenvolver o pensamento sintético e a teleologia. Fazer as ligações entre as partes. Ver onde há conexões. Comunicar, associar, solidarizar e fraternizar (Morin).
Ecologia da ação
Morin aponta para a necessidade de conjugar a dimensão autológica e ecológica da ação.

Isso significa que, contrariamente à opinião que enraíza a ação no autor, a ação desenraíza-se do ator, seja para amortecer-se nas retroações negativas, seja para acarretar retroações positivas inesperadas
Ecologia da ação
A ação escapa da voluntariedade do ator, porque se mescla com as interretroações do contexto social e natural.

Por isso ações motivadas por boas intenções podem ter resultados negativos, assim como ações mal-intencionadas podem ter consequências positivas.
Ecologia da ação
Para compreender a ação, importa fazer interagir as duas lógicas:
a auto e
a eco.

Essa compreensão leva a dois princípios da ecologia da ação:
Ecologia da ação
1.
O nível de eficácia ótima de uma ação situa-se no início de seu desenvolvimento,
porque muito cedo nossas ações são arrastadas à deriva no jogo das inter-retroações, empurrando-as para direções diferentes e até contrárias;
Ecologia da ação
2. Por isso,
as últimas consequências de um determinado ato não são predizíveis, levando à incerteza de seu resultado.
Isso leva a superar uma pseudoética maniqueísta, concebendo os enormes riscos de qualquer ação, pois ela pode inverter a sua finalidade sem que o agente tome consciência, continuando a agir com toda a boa vontade em sentido contrário do seu querer.
Ecologia da ação
Tomando consciência
- das retroações, das eventualidades e riscos,
- é possível concentrar-se no problema central de qualquer ação que é a estratégia e
- dar-se conta da ecologia das ideias (ecologia mental) na qual acontece a ação, necessária para qualquer estratégia eficaz.
Sociedade Sustentável
A concepção de comunidade ou sociedade sustentável é aquela na qual:
- os modos de vida,
- a economia,
- as estruturas físicas e
as tecnologias
- não se opõem à capacidade intrínseca da natureza de sustentar a vida.
Sociedade Sustentável
Cada comunidade deve definir por si os seus padrões de produção e consumo, assim como o de bem-estar, deixando de lado o padrão das sociedades industrializadas.

A sustentabilidade é um processo e não um fim em si mesmo (CHAMBERS).

É um princípio ético, normativo e não existe uma única maneira de haver um sistema sustentável (ROBINSON).

Cântico das Criaturas
http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/056cadernosihuideias.pdf 

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