14/07/2016

PROJETO DE UMA SOCIEDADE SEM EMPOBRECIDOS E EXCLUÍDOS NA VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

PROJETO DE UMA SOCIEDADE SEM EMPOBRECIDOS E EXCLUÍDOS NA VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS NOS ATOS DOS APÓSTOLOS
Os primeiros cristãos nas comunidades em Jerusalém também procuraram viver a proposta de uma sociedade sem empobrecidos e excluídos. No livro dos Atos dos Apóstolos nós encontramos, sobretudo, três textos ou fotografias que apresentam os primeiros cristãos em Jerusalém testemunhando uma sociedade de partilha, de solidariedade e de fraternidade.
1 Estrutura dos sumários: At 2,42-47; 4,32-37; 5,12-16
Há consenso entre os pesquisadores de que os sumários se compõem de textos mais antigos e de adições posteriores. Alguns biblistas atribuem as partes mais antigas ao redator Lucas. Um deles é Jacques Dupont1. Outros peritos julgam que o redator Lucas tenha encontrado e usado uma fonte literária mais antiga, a qual ele desenvolveu, adicionando outros assuntos2. Eis o texto dos três sumários:
At 2,42 Eles eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.
[43 Apossava-se de todos o temor, pois numerosos eram os prodígios e sinais que se realizavam por meio dos apóstolos].
44 Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: 45 vendiam suas propriedades e bens, e dividam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um.
[46 Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. 47 Louvavam a Deus e gozavam da simpatia de todo o povo. E o Senhor acrescentava cada dia ao seu número os que seriam salvos].
At 4,32 A multidão dos que haviam crido eram um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum.
[33 Com grande poder os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor, e todos tinham grande aceitação].
34 Não havia entre eles necessitado algum. De fato, os que possuíam terrenos ou casas, vendendo-os, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. Distribuía-se então, a cada um, segundo sua necessidade.
[At 5,12 Pelas mãos dos apóstolos faziam-se numerosos sinais e prodígios no meio do povo... Costumavam estar, todos juntos, de comum acordo, no pórtico de Salomão, 13 e nenhum dos outros ousava juntar-se a eles, embora o povo os engrandecesse. 14 Mais e mais aderiam ao Senhor, pela fé, multidões de homens e de mulheres. 15 [...] a ponto de levarem os doentes até para as ruas, colocando-os sobre leitos e em macas, para que, ao passar Pedro, ao menos sua sombra cobrisse algum deles. 16 Também das cidades vizinhas de Jerusalém acorria a multidão, trazendo enfermos e atormentados por espíritos impuros, os quais eram todos curados].
1.1 O que é um sumário?
Para Pablo Richard3, o sumário é um recurso literário típico de Lucas e é utilizado "para generalizar fatos concretos e para representar uma situação global e permanente [...] Um sumário é um resumo generalizador de fatos concretos, cf. 1,12-14; 5,42". Para ele, o texto básico dos três sumários ou fotografias sobre a vida da comunidade cristã em Jerusalém é a frase em At 2,42-43. As demais frases dos sumários At 2,44-47; 4,32-35; 5,12-16 são desenvolvimentos e ampliações da frase básica, At 2,42-43. Ele ainda chama a atenção para a localização dos três sumários na estrutura dos cinco primeiros capítulos dos Atos: "O que nos é narrado nestes sumários são as atividades constitutivas da comunidade depois de Pentecostes; não se trata de fatos isolados, mas de ações permanentes e basilares"4.
Para os biblistas José Comblin e Ivo Storniolo apenas a frase At 2,42 provém de uma fonte literária ou de uma tradição mais antiga. Para Ivo Storniolo, At 2, 42 é o fundamento da vida da comunidade em Jerusalém: "Este versículo representa a fonte mais antiga, completada com outras notícias"5.
Para José Comblin, "o mais provável é que o v. 42 vem de uma tradição antiga. Lucas tomou-a como ponto de partida e desenvolveu esse versículo. De fato há muitas repetições nos três sumários"6.
Para Jacques Dupont7, At 2,42 não provém de uma fonte ou tradição mais antiga, mas é uma frase criada por Lucas. Esta, ele mesmo explica e pormenoriza em At 2,44-45 e em At 4,32.34-35. Para esse exegeta, três expressões, que caracterizam a fidelidade e a perseverança dos novos convertidos a Jesus Cristo, não parecem suscitar grandes dificuldades para a sua compreensão. Mas, a expressão, que os crentes eram perseverantes na koinonia, na comunhão fraterna, é ambígua e presta-se à discussão. Porque, para ele, At 4,32: A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum(koiná), refere-se a dois aspectos complementares ou a dois traços da vida comunitária dos primeiros cristãos: "a unidade espiritual existente entre os fiéis acarreta a prática da comunhão no plano dos bens espirituais"8.
Pablo Richard distingue o modo de viver em comunidade através de duas dimensões: uma subjetiva e a outra objetiva. Através da dimensão subjetiva os primeiros cristãos "constituíam um só corpo, com um só coração e uma só alma"9. A dimensão objetiva se caracteriza por três realidades básicas: 1) eles tinham tudo em comum, pois vendiam suas propriedades e bens (2,44-45); 2) tudo era repartido para cada um, conforme as suas necessidades (2,45; 4,35); 3) não havia nenhum necessitado entre eles (4,34).
1.2 A expressão: 'Um só coração e uma só alma'
Jacques Dupont debruça-se sobre essas duas dimensões comunitárias dos primeiros cristãos em Jerusalém e procura entendê-las melhor. Ele primeiramente constata que a expressão 'um só coração e uma só alma' é tipicamente bíblica e pouco comum entre os gregos helenistas. No livro do Deuteronômio esta expressão é muito usada: Amarás a Iahweh, teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração (Dt 6,5-6; cf. 4,29; 10,12; 11,13; 13,4; 26,10; 30,2.6.10, etc).
Esse exegeta, além disso, observa que Paulo emprega nas suas cartas a expressão 'uma só alma'. Ele exorta os cristãos filipenses para que vivam vida digna do evangelho, para que eu, indo ver-vos ou estando longe, ouça dizer de vós que estais firmes num só espírito, lutando juntos com uma só alma pela fé do evangelho (Fl 1,27). E pouco mais adiante ele acrescenta: levai à plenitude minha alegria, pondo-vos acordes no mesmo sentimento, no mesmo amor, numa só alma, num só pensamento (2,2; 4,2; 2Cor 13,11; Rm 12,16; 15,5). Ele resume suas observações, destacando: "Esta parênese cristã nos esclarece sobre o ensinamento de Lucas quando descreve os primeiros cristãos como tendo 'um só coração e uma só alma': trata-se de sua perfeita concórdia, da total união dos espíritos reinante entre eles"10.
Para José Comblin, os dois termos "coração e alma designam juntos a personalidade no seu centro: formavam uma só pessoa, agindo, pensando, respirando, orando como uma só pessoa"11. A respeito disso, Ivo Storniolo escreve: "A comunidade tem um só coração e uma só alma, expressão bíblica que significa a comum unanimidade, isto é, o mesmo ânimo em todos, ânimo de viver o projeto de Deus e empenhar tudo no serviço a esse projeto"12.
Neste contexto é ainda relevante observar que as três fotografias das comunidades cristãs em Jerusalém estão localizadas no livro dos Atos após a vinda e a recepção do Espírito Santo. Se, portanto, os cristãos se deixarem guiar e conduzir pelo Espírito de Deus e de Jesus, então, sim, a vida nova e relações de qualidade são possíveis entre os cristãos. Esta proposta de vida, além disso, vem reforçada pelo fato de que os primeiros cristãos eram perseverantes no 'ensino dos apóstolos'. Este anúncio apostólico compreendia a ressurreição de Jesus e sua vida como testemunha do Reino de Deus. Esta fundamentação e motivação tornam facilmente compreensíveis que os primeiros cristãos, de fato, partilhavam tudo o que são e o que têm. A respeito dessa atitude, Jesus foi muito claro. Para uma pessoa, de certo destaque econômico e social, ele propõe: Uma coisa ainda te falta. Vende tudo o que tens, distribui aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me (Lc 18,22; 5,11.18; 14,33).
2 Perseverança dos cristãos na comunhão fraterna
Para Jacques Dupont, a comunhão de bens entre os primeiros cristãos em Jerusalém é conseqüência do fato de que eles gozam dos mesmos bens de Deus, de Jesus e do Espírito Santo: "São esses bens compartilhados por todos juntos, que asseguram o fundamento objetivo da comunhão fraterna. Uma comunhão tão profunda conduz naturalmente à obrigação de partilhar bens temporais com os que deles carecem"13. Ele exemplifica isso na atitude de Paulo que, com motivações diferentes, organiza coletas entre as suas comunidades para as comunidades pobres de Jerusalém: A Macedônia e a Acaia houveram por bem fazer uma coleta em prol dos santos de Jerusalém que estão na pobreza. Houveram, por bem, é verdade, mas eles lhes eram devedores: porque se as nações participaram dos seus bens espirituais devem, por sua vez, servi-los nas coisas temporais (Rm 15,27-28; cf. 2Cor 8-9).
2.1 Eles tinham tudo em comum
As afirmações, tanto em At 2,44: Eles tinham tudo em comum como em At 4,32: tudo entre eles era comum,destacam o adjetivo koiná, 'comum'. Ele faz eco ao substantivo, koinonia, 'comunhão'. Para Jacques Dupont14, na antiguidade não havia a propriedade privada. A felicidade desses tempos primitivos era o ideal de uma vida em sociedade segundo a natureza, onde tudo era comum a todos. Esse ideal de uma vida social encantou os filósofos gregos, como Pitágoras, Platão e Aristóteles. O provérbio que os motivou a pôr tudo em comum era: "Entre amigos tudo é comum".
No país de Israel há também um grupo que procura viver a comunhão de bens. São os essênios. Suas motivações, porém, não provêm da filosofia grega. A respeito deles escreve Flávio Josefo: "Desprezam a riqueza e seus usos comunitários causam admiração. Procurar-se-ia em vão entre eles alguém, cuja fortuna superasse a dos demais. Com efeito, é lei que os que aderem à seita renunciam a seus bens em favor desta, de modo que entre eles não existe a humilhação da indigência, nem o orgulho da riqueza, mas juntam-se as posses de todos, para formar uma só propriedade, como acontece entre irmãos [...] Os administradores da propriedade comum são escolhidos mediante imposição das mãos, enquanto que um como o outro deve estar disposto ao serviço de toda a comunidade" (Bell. II,8,3 na versão alemã).
2.2 Não havia entre eles qualquer indigente
A afirmação acima, de que as comunidades cristãs em Jerusalém tinham tudo em comum, era muito conhecida no mundo helenista, sobretudo pelos filósofos gregos. A característica dos primeiros cristãos em Jerusalém, em At 4,34:Não havia entre eles necessitado algum, parece ter ligação com Dt 15,4: É verdade que em teu meio não haverá nenhum pobre, porque Iahweh vai abençoar-te na terra que Iahweh teu Deus te dará, para que a possuas como herança. Para que uma comunidade alcance que nela não haja necessitados é obviamente necessário que todos partilhem o que têm em termos econômicos, em serviços sociais e em doação. Ivo Storniolo constata: "É o advento simbólico de uma nova humanidade, que usufrui igualitariamente da vida – dom que Deus deu a todos"15.
2.3 Vendiam suas propriedades
Das primeiras comunidades cristãs em Jerusalém diz-se ainda que os cristãos vendiam suas propriedades e bens e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um (At 2,45). Os que possuíam terrenos ou casas, vendendo-os, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. Distribuía-se então, a cada um, segundo sua necessidade (At 4,34-35). Neste contexto destaca-se a generosidade de Barnabé (At 4,36-37) e a falta de generosidade do casal Ananias e Safira (At 5,1-11). Porque ninguém era obrigado a vender uma propriedade e depositar o montante recebido para criar o equilíbrio econômico na comunidade. O pecado do casal consistia em querer enganar os apóstolos. Ele queria dar a impressão de generosidade e de doação, entregando o valor total da venda, quando, de fato, desvia uma parte do valor da venda.
Outras informações do livro dos Atos mostram-nos que a partilha e a generosidade dos cristãos em Jerusalém eram necessárias. Em At 6,1-7 descreve-se o fato da assistência diária às viúvas em Jerusalém. Além disso, os apóstolos da Galiléia, vivendo e atuando em Jerusalém sem poder exercer uma profissão, também deviam ser sustentados pelos cristãos de Jerusalém. Disto tudo José Comblin conclui: "A visão lucana da comunidade de Jerusalém não é pura utopia, mas ela reflete uma certa realidade histórica. Por isso mesmo a descrição mistura traços utópicos com traços de realismo prático"16.
2.4 A novidade das comunidades cristãs
José Comblin observa que a comunhão fraterna entre os cristãos era nova, singular, inédita e inaudita. Porque a comunhão fraterna nas comunidades gregas era concretizada entre amigos e a koinonia nas comunidades monásticas dos essênios era praticada entre iguais. Mas, a koinonia nas comunidades cristãs é uma novidade porque era vivida entre cristãos ricos e pobres. Aqueles, movidos pela proposta do Reino de Deus por uma sociedade sem empobrecidos e excluídos e pelo testemunho de Jesus, vendiam o que têm com a finalidade de criar a comunhão fraterna entre membros ricos e pobres. Esta koinonia cristã de bens é material e concreta. Aqui não se trata de disposições interiores nem de sentimentos: "Esta representação supõe que há ricos que têm bens para vender e pobres que somente têm necessidades. Entre eles se restabelece a igualdade. Pois a comunhão é igualdade de condições"17. Esta é a proposta de solução de Lucas e de Paulo para que haja uma sociedade nova e alternativa, sem empobrecidos e excluídos.
3 Perseverança dos primeiros cristãos no ensinamento dos apóstolos, na fração do pão e nas orações
Como já foi dito acima, quatro são os elementos constitutivos da vida das primeiras comunidades em Jerusalém. O que quer dizer, ser perseverante na didaké, 'ensinamento' dos apóstolos? Para o redator Lucas isto significa optar por Jesus morto e ressuscitado e seguí-lo conforme seus ensinamentos e dos apóstolos, contidos no evangelho segundo Lucas. Ele é o fundamento e o corrimão das comunidades cristãs.
O que quer dizer, ser perseverante na fração do pão? A expressão klassei tou artou, 'partir ou fracionar o pão' refere-se à celebração eucarística (At 20,7; 1Cor 10,16). Segundo o costume judaico, no início da refeição o pai de família ou o líder do grupo tomava o pão, agradecia a Deus, partia o pão e dava um pedaço aos presentes. Assim fazia Jesus nas refeições com seus discípulos e também o repetiu na última ceia. Os cristãos celebravam a eucaristia nas suas casas: partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Nas comunidades paulinas (1Cor 10,16; 11,25) a celebração eucarística era precedida por uma refeição comunitária. Esta era talvez a única refeição por dia para os pobres e era uma chance aos ricos para que partilhassem com os necessitados o alimento, criando assim a comunhão fraterna. A respeito disso, Ivo Storniolo escreve: "A Eucaristia se tornava, então, o anúncio profético de uma humanidade reconciliada, perenizando o dom do amor num gesto de partilha concreto: a refeição em comum"18.
O que quer dizer, ser perseverante nas orações? Os cristãos não só celebravam a eucaristia nas suas casas, mas também dia após dia, unânimes, encontravam-se assíduos no Templo (At 2,46). Especialmente as comunidades cristãs em Jerusalém seguiam os costumes dos judeus que se reuniam no templo para rezar. Lucas destaca a continuidade entre os cristãos e os judeus, rezando juntos no templo. A celebração eucarística como a novidade e a particularidade cristã, no entanto, acontecia nas casas.
Lucas igualmente ressalta a continuidade entre os cristãos e os judeus no fato de os apóstolos realizarem prodígios e sinais (At 2,43; 4,33; 5,12-16) assim como Jesus os realizava. Isto expressa que Deus está com eles, como estava com Jesus, e assim eles continuam a prática poderosa e libertadora de Jesus ressuscitado, na força do Espírito Santo, para que haja uma sociedade sem empobrecidos e excluídos.
Bibliografia
COMBLIN, José. Atos dos Apóstolos. V. I: 1-12. Petrópolis: Vozes, 1988.
DUPONT, Jacques. Estudo sobre os Atos dos Apóstolos. São Paulo: Paulinas, 1974.
RICHARD, Pablo. O movimento de Jesus depois da ressurreição. Uma interpretação libertadora dos Atos dos Apóstolos. São Paulo: Paulinas, 1999.
STORNIOLO, Ivo. Como ler Os Atos dos Apóstolos. O caminho do evangelho. São Paulo: Paulus, 1993.
Pedro Kramer, osfs
kramer_pedro@yahoo.com
1 DUPONT, Jacques. Estudo sobre os Atos dos Apóstolos. São Paulo: Paulinas, 1974, pp. 505-506.
2 COMBLIN, José. Atos dos Apóstolos. V. I: 1-12, Petrópolis: Vozes, 1988, p. 106. RICHARAD, Pablo. O movimento de Jesus depois da ressurreição. Uma interpretação libertadora dos Atos dos Apóstolos. São Paulo: Paulinas, 1999, pp. 45-50. STORNIOLO, Ivo. Como ler Os Atos dos Apóstolos. O caminho do Evangelho. São Paulo: Paulus, 1993, pp. 41-46.
3 Op. cit., p. 45
4 Op. cit., p. 46
5 Op. cit., p. 41
6 Op. cit., p. 106
7 Op. cit., pp. 505-506
8 Op. cit., p. 514
9 Op. cit., p. 47
10 Op. cit., p. 516
11 Op. cit., p. 129
12 Op. cit., p. 59
13 Op. cit., p. 517
14 Op. cit., pp. 506-510
15 Op. cit., p. 59
16 Op. cit., pp. 127-128
17 Op. cit., p. 105
18 Op. cit. p. 45

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