17/07/2011

Escola de Fé, Política e Trabalho – 5ª Etapa

Nos dias 16 e 17 de Julho de 2011 no Centro Diocesano de Formação de Caxias do Sul aconteceu a 5ª etapa da escola de Fé, Política e Trabalho em sua 8ª edição que tem a Coordenação da Cáritas de Caxias do Sul e apoio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
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O tema proposta para esta etapa foi ‘A crise contemporânea e as metamorfoses no mundo do trabalho’ e contou com a assessoria do professor Dr. André Langer do CEPAT (Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores) com sede em Curitiba – PR.
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Para entendermos o hoje do mundo do trabalho com a globalização e suas conseqüências  fizemos uma retrospectiva a partir da década de 1950 com o surgimento de uma nova sociedade industrial que rompe com a sociedade agrária vigente e tem no modelo fordista, tão bem retratado no filme ‘Tempos Modernos’ de Charles Chaplin, seu padrão estabelecido: empresas fisicamente grandes; a presença do Estado criando e fortalecendo estatais; conquistas de direitos trabalhistas como férias, horas extras, aposentadoria; disciplina de horários fixos; fortalecimento do emprego que é o trabalho (ação humana) com salário e o fazer para os outros; fortalecimento dos sindicatos.
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A partir da década de 1980 passamos por uma TRANSFORMAÇÃO que mudará rapidamente os conceitos estabelecidos até então. Surgindo a globalização que faz com que o capital não tenha mais nacionalidade – fabricam-se tênis de marca X em qualquer parte do mundo; a revolução tecnológica incorpora-se ao ser humano; cresce a financeirização onde um pequeno grupo pode decidir o futuro de um país apenas com um telefonema ou uma notícia plantada nos principais meios de comunicação.
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Passamos, no dizer do André Langer, por uma crise civilizacional onde o mundo do trabalho não cria mais elos entre colegas de trabalho, não existe solidariedade, mas competição entre os trabalhadores. O imaterial, o inatingível assume cada vez mais espaço no mundo; o que vale não é o trabalho humano, mas a marca do produto é preciso ter a patente do produto, ter o conhecimento para ter o poder sobre os outros.  Exige-se cada vez mais conhecimento do trabalhador através de cursos e grupos de estudo dentro das empresas; a flexibilização cria novos turnos e horários, altera as contratações com a terceirização; enfraquece-se o sindicato à medida que cria prêmios individuais nas empresas e com isso perde-se a noção de classe trabalhadora e vive-se apenas da empresa em função do salário e as premiações por metas alcançadas.
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Além de refletirmos sobre todas estas mudanças no mundo do trabalho tivemos também a nossa tradicional festa de confraternização a partir das festas populares de junho e julho onde se destaca a Festa de São João. Piadas, danças, cantoria para descontrair e nos conhecer melhor foram à marca da festa.




A próxima etapa acontece nos dias 20 e 21 de agosto e terá como tema ‘Contexto cultural na pós-modernidade na sociedade capitalista’ com a assessoria do professor Ms. Lucas Henrique da Luz – Unisinos e ‘Bíblia: projeto de uma sociedade sem exclusão’ com o professor Dr. Pedro Kramer – ESTEF – Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana.

Texto: José Antonio Somensi (Zeca)

Fotos: Fernanda Seibel

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