O segundo Governo de Getúlio Vargas desenvolveu-se entre os anos de 1950 e 1954, quando o político, agora eleito pelo voto popular voltou ao poder.
No início da
década de 50, vencida a primeira metade do século, o Brasil era outro. O mundo,
vitorioso sobre o totalitarismo, também não era mais o mesmo.
A democracia,
finalmente fora (re)conquistada e exigia
se fazer ouvir em todas as instâncias. Pressupunha, também, conviver com
resistências e oposições, com diferenças e polarizações entre esquerda e
direita (que caracterizavam o Mundo naquele momento).
No Brasil isto
significava embates entre as posturas do Governo Vargas e a oposição de Carlos Lacerda; entre PTB e
UDN; entre a Última Hora e a Tribuna da Imprensa.
De um lado, o do
Governo, a preocupação era com o fazer, com o desenvolvimento. Do
outro, o das oposições, as preocupações eram com o que se fazia e como
se fazia. Nesta conjuntura, as palavras-chave eram o nacionalismo, o populismo,
o comunismo, o sindicalismo e o entreguismo.
Distorcidas (e o
foram), eram palavras carregadas de medo.
Neste jogo sem
vencedores, Vargas optou pelo suicídio e saiu da vida para entrar na História.
Seu legado incluiu
seguidores fiéis, bandeiras políticas, populismo, idéias nacionalistas,
partidos políticos, legislação sindical além de representações, as mais
diversas e nos mais diferentes campos.
A volta à vida política de Getúlio Vargas reiniciou quando ele foi lançado candidato à presidência pelo PTB em julho de 1950 tendo a campanha se iniciado na cidade de Porto Alegre.
Em 3
de outubro de 1950 Getúlio Vargas foi eleito com 48,7% dos votos (3.849.040) e
assumiu a presidência da República em janeiro de 1951. Seu governo, de cunho
nacionalista, caracterizou-se pelas grandes realizações entre as quais a criação
da PETROBRÁS e do BNDES.
Ao longo desse
período Vargas foi a inaugurações, fez discursos, recebeu pedidos, ouviu e foi
ouvido. Esteve com amigos, com políticos, com familiares, com o povo. As
imagens são mudos testemunhos do que afirmamos.
A crise política que acompanhou seu governo teve
no episódio da Rua Toneleros o seu início. Seu desdobramento e as implicações
daí advindas levaram Vargas às últimas conseqüências: - um tiro no coração, na manhã de 24 de agosto de 1954 -. A crise, como que por encanto estancara! O
suicídio fora a última cartada do “velho” político que conseguiu, com o gesto,
virar o jogo a seu favor. Depois, a derradeira viagem para São Borja.
A
influência de um homem público pode ser medida por aquilo que dele ficou na
memória da sociedade em que viveu. É o que acontece com a memória de Getúlio
Vargas, 50 anos depois de sua morte.
Adjetivado
por amigos e por inimigos, amado e odiado, Getúlio Vargas foi visto e
representado de diferentes formas pelos adversários políticos.
Uma dessas formas era a das charges, um jeito leve e irônico de
acentuar os defeitos do ex- Presidente.
Havia também textos e discursos mais virulentos e
incriminatórios, quer no Parlamento, quer nos jornais. Deles encontramos alguns
fragmentos. A oposição, ao que tudo indica, não dava tréguas a Getúlio.
Sendo
uma figura polêmica, mas ao mesmo tempo popular, Getúlio também foi
representado criticamente através de músicas, especialmente dos sambas.
Imagens e objetos assim como nomes de ruas,
praças, rodovias, pontes ou mesmo apetitosos
doces, produzidos em diferentes épocas, são exemplos de permanência da
memória do ex-Presidente entre nós.
De quantas maneiras é possível perpetuar a
memória de um personagem? Não sabemos, pois a criatividade humana nestes casos é
quase sem limites. Uma das formas mais interessantes e gratificantes de se
manter viva a memória de alguém é através do nome próprio. O nome - Getúlio - por exemplo. Muitos
brasileiros se chamam Getúlio, em homenagem ao ex-presidente.
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