20/05/2012

3ª Etapa da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho 2012.ano9



Com o objetivo de estudar a história da formação dos partidos políticos, compreendendo melhor a cultura política do povo brasileiro realizamos nos dias 19 e 20 de maio a terceira etapa da Escola de Fé, Política e Trabalho em sua nona edição. Escola que é coordenada pela Cáritas Diocesana de Caxias do Sul com o apoio do Instituto Humanitas Unisinos - IHU.
 
O tema desta etapa foi Projetos Políticos para o Brasil e o nivelamento programático dos partidos políticos e contou com a assessoria do professor Dr. César Sanson da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Utilizando-se do conceito da Grécia antiga onde a essência da política é o bem comum e que exige virtudes (ética) de coragem, transparência, verdade, honestidade e justiça colocadas em favor do coletivo melhorando a condição de vida dos mais necessitados fomos estabelecendo relações com a vida política do Brasil a partir do período de 1930 em que iniciamos o processo de industrialização com criação da CSN, CRVD, Petrobrás e outras grandes empresas estatais além da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), passando por JK – cinqüenta anos em cinco- e a construção de Brasília, o Golpe Militar de 1964 com o milagre econômico da década de 1970 e o surgimento dos movimentos sociais. 

Revisitamos o governo Sarney, Collor com o modelo de inserção competitiva no mercado internacional através das normas regidas pelo neoliberalismo que foi incrementado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso com a venda de estatais e o governo Lula através do projeto neodesenvolvementista que busca uma mistura da era Vargas com JK.
 
O grupo foi convidado a analisar apenas sete partidos: PT e PSDB por estarem no poder nos últimos 18 anos; DEM e PSOL por serem representativos ideologicamente no campo da direita e da esquerda; PMDB que gravita pelo poder por mais de 20 anos; PDT e PP por suas forças no Rio Grande do Sul.

A análise permite perceber o nivelamento programático fruto da nossa ainda jovem democracia de caráter representativa, onde algumas posições sobre soberania e participação do Estado na vida econômica e social do país os diferenciam.

Vivemos um momento difícil em termos de credibilidade dos partidos políticos e tendo próximo de trinta partidos oficialmente registrados na Justiça Eleitoral percebe-se que na sua maioria são partidos criados para atender necessidades pessoais, longe das vontades populares, com comportamento ambíguo nas diversas regiões do país: coligando com alguns em certos estados e declarando-se inimigos ferozes em outros.

Fica para nós a provocação inicial feita pelo professor César ao trazer o poema de Bertolt Brecht, o Analfabeto Político:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

 
A próxima etapa acontece nos dias 16 e 17 de junho e os temas serão: ‘Da alienação à conscientização para uma prática transformadora da realidade’ com o professor Dr. Pedrinho Guareschi - UFRGS e ‘O projeto de uma ética planetária’ com o professor Dr. Luiz Carlos Susin – PUC-RS.

Texto: José Antônio Somensi (Zeca)
Fotos: Lisiane Zago, João Dorlan, Fernanda Seibel

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