10/11/2013

Consciência planetária e novo paradigma da civilização atual

Texto: José Antônio Somensi (Zeca)
Fotos: Edília Santa Catarina Menin e Fernanda Seibel


 
A Escola de Formação Fé, Política e Trabalho que tem a coordenação da Cáritas Caxias com o apoio de Diocese de Caxias do Sul e em parceria com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU – realizou no Centro Diocesano de Formação Pastoral a sua nona etapa.

No sábado, 9 de novembro, iniciamos com o vídeo comemorativo aos 10 anos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho e depois passamos para o tema “Os fundamentos éticos de uma consciência planetária” e contou com a assessoria da professora Ms. Ana Maria Formoso – Unilasalle.

E que a partir da apresentação da Carta da Terra com os seus quatros princípios:

1º Respeitar e cuidar da Comunidade de vida através do respeito a Terra e a vida em toda sua diversidade, Cuidando da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor, Construindo sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas assegurando a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações; 
 
2º Integridade Ecológica protegendo a restaurando a integridade dos sistemas ecológicos da Terra com atenção à diversidade biológica, prevenindo o dano ao ambiente como melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução, adotando padrões de produção, consumo e reprodução que proteja, mas capacidades regenerativas da Terra, avançando no estudo da sustentabilidade ecológica, promovendo o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido;
3º Justiça Social e Econômica erradicando a pobreza como imperativo ético, social e ambiental, garantindo que as atividades e instituições econômicas promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável, afirmando a igualdade e eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e que assegure o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas, defendendo, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias;
4º Democracia, não-violência e paz fortalecendo as instituições democráticas em todos os níveis, integrando, na educação formal e na aprendizagem conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável, tratando todos os seres vivos com respeito e consideração, promovendo uma cultura de tolerância, não-violência e paz nos chama a atenção para que a mudança que queremos passa por uma mudança ética.

A partir destes princípios, a professora Ana Formoso, considerando a complexidade, onde nada é tudo ruim ou tudo bom, tendo a necessidade de construir uma democracia participativa e criando um grande processo de governabilidade-parcerias entre todos os envolvidos - a Carta da Terra se torna plausível a partir das experiências dos índios quéchua equatoriano e aimará boliviano com a proposta do ‘Bem Viver’ que passa por uma saúde pública eficiente e com cuidados com a Terra e a vida.

É preciso fazer rupturas, desconstruir certas situações econômicas, de crescimento, pobreza, marcando posição contra o Banco Mundial; questionar a hegemonia do dólar como referência diária;abandonar a ideia de desenvolvimento que não leva em conta as ‘cosmovisões’ dos povos.



Bem-viver é uma forma diferente de relação entre sociedade e a natureza, e a sociedade e suas diferenças, na qual a individualidade egoísta deve se submeter a um princípio de responsabilidade social e compromisso ético com uma nova visão da natureza, sem ignorar os avanços tecnológicos nem os avanços em produtividade, mas sim projetando-os no interior de um novo contrato com a natureza como parte de sua própria dinâmica, como fundamento e condição de possibilidade de sua existência no futuro.



Ainda, entre os dias 9 e 10 de novembro, outro tema foi “As questões de gênero e a inclusão das ‘minorias’ no horizonte de um novo paradigma da civilização atual” e contou com a assessoria da professora Dra. Cleusa Maria Andreatta - Unisinos, aonde vimos que na nossa sociedade patriarcal, machista, viciada numa mentalidade de exclusão a questão de gênero é usada como ferramenta de poder e submissão e que a ideia de que o homem é o que manda tem séculos de constituição e ainda enormemente aceita por muitas mulheres que continuam a educar os seus filhos dentro destes ditames. 

O importante e necessário hoje é trabalharmos que não devemos e não queremos lutar pela igualdade, mas pela valorização das diferenças num processo de alteridade onde ser homem / mulher deve ser uma construção não uma convenção histórica ou definida dentro de padrões midiáticos que dita as normas de padrões para os corpos, principalmente os femininos. 

Ainda, Cleusa lembrou que “As palavras nunca são inocentes no seu significado”.




Também no domingo iniciamos as inscrições para a Escola de Fé, Política e Trabalho 2014 – Ano 11, e os/as interessados/as devem fazer suas inscrições até dia 6 de março de 2013. Mais informações em: www.fepoliticaetrabalho.blogspot.com e fepoliticaetrabalho@gmail.com.



A décima e última etapa da Escola de 2013 acontecerá nos dias 7 e 8 de dezembro, com o tema “O Ensino Social da Igreja e os desafios do desenvolvimento humano, econômico, técnico e social. A dimensão da fé como inspiradora da militância cristã para a prática da justiça social, da ética, da política e da solidariedade”. E contará com a assessoria do professor Ms Flávio GuerraESTEF – Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana.

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