Texto:
José Antônio Somensi e M. Fernanda M. Seibel
Fotos: M. Fernanda M. Seibel
Fotos: M. Fernanda M. Seibel
O
tema desta etapa foi "A
crise contemporânea e as metamorfoses no mundo do
trabalho. A globalização
econômica e suas repercussões: desemprego, precarização,
terceirização, flexibilização, desregulamentação das leis.
Impasses e desafios do novo sindicalismo. Análise de conjuntura", com assessoria do professor
Dr. André Langer (CEPAT - Centro de Pesquisa e Apoio aos
Trabalhadores e Faculdade Vicentina. –
Curitiba).
Quais
as mudanças, transformações, metamorfoses que aconteceram no mundo
do trabalho e porque ocorreram estas mudanças? Com estes
questionamentos iniciamos o nosso encontro e vimos que esta Terceira
Grande Revolução Tecnológica simbolizada na eletroeletrônica
trouxe novas técnicas de produção, a robótica e aumento de
produtividade encurtando e eliminando a noção de tempo-espaço. A
globalização da informação e os mecanismos de poder que
permitem vasculhar a vida das pessoas; a financeirização da
sociedade onde os movimentos de pequenos grupos movimentam a
economia e qualquer oscilação nas bolsas de valores determinam o
fechamento de empresas e abalam as estruturas de um pais.
Diante das mudanças no mundo do trabalho nas últimas décadas, fomos entrando na história do mundo do trabalho e
relacionando os acontecimentos e assimilando os termos tais como:
fordismo, toyotismo, sociedade industrial.
O
professor André nos lembra que vivemos uma grande crise
civilizacional onde o mundo do trabalho não cria mais elos entre
colegas, solidariedade e sim competição, alimentados pelas
premiações individuais. Com a terceirização enfraquece-se
a unidade de lutas e a força dos sindicatos, uma vez que, nas
grandes empresas pode ter mais de uma dezena de categorias de
trabalhadores (zeladores, seguranças, limpeza, alimentação...) e
desta forma perde-se o referencial. Exigem-se conhecimentos do
trabalhador através de cursos e grupos de estudo e disponibilidade
mesmo fora do horário de trabalho. O trabalho tomou conta de nossas
vidas e exerce poder sobre nós numa das características do
biopoder.
André
nos traz também o alerta de que o imaterial (marca de um
produto) assume cada vez mais espaço no mundo, o que vale não é
mais o trabalho humano, mas a marca do produto na maioria das vezes
produzido por valores mínimos, porém comercializados por valores
altíssimos.
Assim, percebemos que estas mudanças não foram benéficas para
toda a população porque temos trabalho escravo, desemprego,
mudanças de leis para atender determinadas necessidades do capital.
Foram discutidas as entrevistas publicadas na Revista IHU - On Line:
> A condição de insegurança é a regra do mundo do trabalho, hoje - entrevista com Ruy Braga > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/ d/0B_2nfmpfqzwAZFFoU0dtUjdMdkk/ edit?usp=sharing
> "Afirmar que a terceirização gera emprego é um mito" - entrevista com Ana Tércia Sanches > Revista IHU - On Line:
https://drive.google.com/file/ d/0B_2nfmpfqzwAaWFfdWgzejROX0E/ edit?usp=sharing
> Formalização e flexibilização – avanços e retrocessos no mundo do trabalho - entrevista com José Dari Krein > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/ d/0B_2nfmpfqzwAZm5GdTFHREV2eDg/ edit?usp=sharing
> O trabalho mediado pelas inovações tecnológicas. Impactos e desafios, entrevista com Mário Sergio Salerno > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/ d/0B_2nfmpfqzwAaXhHMWVfYWpLejQ/ edit?usp=sharing
> A condição de insegurança é a regra do mundo do trabalho, hoje - entrevista com Ruy Braga > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/
> "Afirmar que a terceirização gera emprego é um mito" - entrevista com Ana Tércia Sanches > Revista IHU - On Line:
https://drive.google.com/file/
> Formalização e flexibilização – avanços e retrocessos no mundo do trabalho - entrevista com José Dari Krein > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/
> O trabalho mediado pelas inovações tecnológicas. Impactos e desafios, entrevista com Mário Sergio Salerno > Revista IHU - On Line: https://drive.google.com/file/
E,
ainda assistimos o documentário sobre os trabalhadores/as
bolivianos/as em São Paulo: NAÇÃOOCULTA - Os bolivianos em São Paulo, dirigido por Diego Arraya.
E, também assistimos o filme CARNE,OSSO - Um retrato do trabalho nos frigoríficos brasileiros, que
alia imagens impactantes a depoimentos que caracterizam o duro
cotidiano do trabalho nos frigoríficos brasileiros de abate de aves,
bovinos e suínos.
Durante
a etapa, o Professor Dr. André Langer sugeriu alguns livros paraleitura complementar: A corrosão do caráter, de Richard
Sennett (Editora Record), A condição pós-moderna, de David
Harvey (Edições Loyola), Amor líquido, de Zygmunt Bauman
(Editora Jorge Zahar), e Modernidade Líquida, de Zygmunt
Bauman (Editora: Jorge Zahar). Também os livros de
Marcio Pochmann
(O emprego no desenvolvimento da nação, O emprego na globalização, Nova classe média, O mito da grande classe média), e de David Harvey (O enigma do capital, Para entender 'O capital' e Os limites ao capital). Ainda, indicou o livro O novo espírito do capitalismo, de Luc Boltanski e Ève Chiapello. E, também livros de Andre Gorz
(Miséria do presente, riqueza de lo possível; Capitalismo, Socialismo, Ecología; Metamorfósis del trabajo, demanda del sentido; La ecología como política; Estrategia obrera y neocapitalismo; Crítica de la razón económica; División del trabajo: el proceso laboral y la lucha de clases en el capitalismo moderno; Caminos al paraiso: hacia la liberación del trabajo.
Indicações de filmes sobre o tema:
> ‘Tempos Modernos’ de Charles Chaplin, que mostra a
situação vivida pela sociedade depois da crise de 1929 e percebemos
que o trabalhador representado é o trabalhador especializado, repetitivo
e chato, e a velocidade, a rapidez, é um comando que vem de fora, que
agiliza a esteira, e assim os trabalhadores/as perderam controle sobre o
tempo. Ainda, a voracidade com que se ditava o ritmo de trabalho na
esteira
continua presente hoje de forma mais sofisticada. Isso nos faz refletir
sobre o que mudou no modo de trabalhar e também de que forma e ritmo
está trabalhando.
> “Trabalho Interno”, de 2010, que se divide em
seis partes: Introdução, 1ª Parte: Como os EUA Chegaram a Crise,
2ª Parte: A Bolha, 3ª Parte: A Crise, 4ª Parte: Prestação de
Contas, 5ª Parte: Onde Estamos Agora?. E, segundo o professor Dr. André Langer, ao comentar o documentário:
"O 'mercado' é feito por relações sociais, relações
humanas, e por isso podem ser modificadas.".
Como reflexão - subjetividade:
O que a partir dessas reflexões, podemos recolher como desafios, perspectivas, cultivos, para minha vida, para meu trabalho?
A
próxima
etapa
será nos dias
16 e 17 de agosto
e terá como tema “A
economia solidária como alternativa à globalização econômica.
Experiências práticas na Serra Gaúcha” e
terá a assessoria da professora Dra.
Vera Regina Schmitz (FACCAT - Faculdades Integradas de Taquara e ESCOOP -
Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo).
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