19/10/2014

Fundamentos da dignidade humana e projeto de uma sociedade sem exclusão a partir da prática de Jesus Cristo

Texto: José Antônio Somensi e Fernanda Seibel
Fotos: Fernanda Seibel



Como fortalecer a dignidade humana e o respeito aos critérios éticos de prioridade a vida diante dos avanços da ciência? Como termos uma sociedade sem exclusão a partir de Jesus Cristo?



Com estas provocações, realizamos nos dias 18 e 19 de Outubro no Centro de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul a oitava etapa da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho 2014 – 11º ano.

No sábado, dia 18, o tema foi: Bioética. Fundamentos da dignidade humana. Os critérios éticos que fundamentam a reverência à vida, o cuidado e a responsabilidade pelo outro. A consciência crítica frente aos avanços da tecnociência, da biotecnologia, do biopoder, da nanotecnologia e da saúde pública, e contou com a assessoria do professor Dr. José Roque Junges – Unisinos.

O padre Dr. José Roque iniciou sua apresentação trazendo para nós o tripé da modernidade:

a) Indivíduo que busca a autonomia, mas enfraquecido dos laços comunitários, alimentados em buscado dos seus desejos individuais, com uma certa independência econômica, dominados por um poder não conhecido, portanto não livres, tratado como” uma coisa” e desta forma afastado de sua dignidade;
b) Ciência e Técnica (racionalidade instrumental) onde a natureza não pode nos ensinar através de seus ciclos, mas é visto apenas como meio ou recurso para o ser humano e onde o conhecimento é colocado em compartimentos e aprendemos disciplinas fechadas e não mais o todo. A natureza vista apenas como consumo/recurso;
c) Estado e Mercado que substituem o papel da comunidade e o sistema social da dádiva (Mauss) e com isso as relações primárias, próximas são substituídas pelo Estado e pelo mercado que determina o que produzir e consumir, além de apresentar e fortalecer uma democracia meramente representativa.

Diante disso concluímos que nesta crise civilizacional temos um indivíduo fechado em si mesmo vivendo numa sociedade de risco, com conhecimentos fragmentados, num estado burocratizado com uma democracia formal, representativa onde se cria um ambiente favorável para estabelecer o poder sobre a vida das pessoas, seja de forma individual ou coletiva.

Segundo o professor José Roque é necessário encarar esta crise através da busca das soluções ambientais e de saúde com uma nova postura que busca colocar a economia como responsável pela vida do planeta através do consumo consciente onde quem tem precisa frear o seu consumo para que os que não têm possam consumir e não mais arcar com as responsabilidades das consequências ambientais, pois se percebe que para manter as áreas nobres limpas transferem-se os lixões para a periferia responsabilizando-os pelo acumulo de lixo. Torna-se necessário inverter a lógica médica tratando as causas a partir de alimentação saudável e saneamento básico (água tratada, esgoto...) dando informação e criando condições para que as pessoas possam conhecer os problemas e enfrentá-los. Fortalecer, no Brasil, o SUS capaz de criar mecanismos que possam cuidar de forma plena as pessoas onde as nossas UBS atendam de forma eficaz deixando os hospitais para as situações complexas e que os governos entendam que a saúde não se mede pelos hospitais que se tem, mas como cuidamos da água, esgoto, lazer da população.



No domingo, dia 20, o tema foi Projeto de uma sociedade sem exclusão a partir da prática de Jesus Cristo, com assessoria do professor Dr. Pedro Kramer – FAPAS – Faculdade Palotina de Santa Maria, traz a questão vista a partir do Deuteronômio onde tínhamos uma sociedade igualitária, justa, tendo Deus a orientá-los, atualiza e sintetiza a partir de Jesus que anuncia o Reino de Deus para cegos, coxos, pobres, surdos, mortos, leprosos.

E aqueles que não ficarem escandalizados por causa Dele com sua prática e na igreja primitiva onde vimos nos Atos dos Apóstolos através da comunhão fraterna, perseverança dos ensinamentos, fração do pão, nas orações colocando tudo em comum, num só coração e numa só alma.



próxima etapa acontece nos dias 15 e 16 de Novembro com os seguintes temas: Sociedade sustentável: por um novo paradigma civilizacional capaz de contribuir à sustentabilidade do Planeta e da sociedade, com assessoria do professor professor Ms. Gilberto Antônio Faggion - Unisinos, e As questões de gênero e a inclusão das «minorias» no horizonte de um novo paradigma da civilização atual, com assessoria da professora Dra. Cleusa Maria Andreatta – Unisinos.







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