16/06/2013

'Nosso Planeta, Nossa Vida: Ecologia e Teologia"

"Pensar o Planeta Terra a partir da Amazônia é, antes de tudo, pensar a partir da exuberância da Terra: exuberância da água, das matas, de pássaros, de cores, de sons. A Amazônia é o testemunho de um planeta que pode ser chamado de pérola do universo, onde a generosidade, a fecundidade, as surpresas de uma criação divina - para pensar teologicamente - elevam as suas manifestações em arco-íris a um hino de glória. E depois que começamos a ler este planeta de longe, um pequeno planeta azul sobre um imenso espaço escuro pontilhado de estrelas, suspenso e equilibrado apenas pelas leis da gravidade, sem "embaixo" e sem "em cima", dando a sensação se um mundo sem pés e sem onde se firmar, sem fundamentos nem físicos nem filosóficos, exposto perigosamente ao exterior e às suas próprias reações elementares, torna-se ainda mais admirável e fantástico: um ponto marcado pela vida no universo. O Planeta Terra, nossa casa, casa da vida, pode nos unir em sua exuberância e em sua vulnerabilidade."

Trecho da 'Apresentação - As dores de parto da Mãe-Terra, nossa casa', de Luiz Carlos Susin e Joe Marçal Gonçalves dos Santos, no livro NOSSO PLANETA, NOSSA VIDA: ECOLOGIA E TEOLOGIA, Organizadores: Luiz Carlos Susin e Joe Marçal Gonçalves dos Santos (São Paulo: Paulinas, 2011).

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Marcante foi o encontro de etnias ancestrais de índios amazônicos com índios da Índia, que simbolizou a globalização iniciada no século XVI de forma nova e deu seu recado: 

"Estamos aqui, com nossas formas de vida, com nossa medicina, com nossa espiritualidade.

Um planeta ferido: ultimamente é o que mais se conversa, se escreve, se constata. É doloroso reconhecer que nossas ações nesses últimos dois séculos de progresso, tecnologia, de mercado e de consumo cada vez mais intensos são parte desse problema. É possível revertermos esse quadro? Como? Na cidade de Belém do Pará, “portal” da Amazônia, o III Fórum Mundial de Teologia e Libertação, reunido em janeiro de 2009, e antecedendo a terceira edição do Fórum Mundial Social, gritou mais uma vez: “Sim, outro mundo é possível.”

O livro Nosso planeta, nossa vida - Ecologia e teologia, agora lançado por Paulinas Editora, bebe das intervenções ali ocorridas, revelam a riqueza dos muitos workshops, paineis e conferências. Teólogos, pesquisadores e ecologistas de todos os continentes, comprometidos com a sustentabilidade do planeta, de acordo com o projeto de Deus, juntaram-se às culturas indígenas ancestrais de diversos continentes e estão por trás das reflexões sobre a relação entre teologia e ecologia. Como resultado, propõem uma verdadeira ecoteologia.

A partir da exuberância da Amazônia, e atentos às feridas e dores da Terra, inclusive da própria Amazônia, apresentam-se aqui, texto após texto, não só questões críticas, mas possibilidades criativas para realizar o sonho de outro mundo possível. No livro organizado pelos teólogos Luiz Carlos Susin e Joe Marçal G. Santos, há um fio condutor de textos e autores que se sucedem: as dores de parto da criação, que dão fundamento à esperança e à ação, dores teologicamente refletidas. Abre o livro, a Declaração Universal do Bem Comum da Terra e da Humanidade, de Leonardo Boff e Miguel de Escoto.

Título: Nosso planeta, nossa vida - Ecologia e teologia
Orgs.: Luiz Carlos Susin e Joe Marçal G. dos Santos

Fonte: http://www.paulinas.org.br/sala_imprensa/?system=news&action=read&id=474

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