FRANCISCO E OS DESAFIOS DESTA HORA
HISTÓRICA
EMMP – Bolívia, 7 a 9 de julho de 2015
Vós sois
semeadores de mudança! Não se acanhem!"
1. Precisamos
e queremos uma mudança:
Queremos uma mudança, uma
mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o
suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as
comunidades, não o suportam os povos... E nem sequer o suporta a Terra, a
irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco.
Queremos uma mudança nas
nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais
próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a
interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e
cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da
indiferença.
2. E indicou várias Tarefas:
-
A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos.
- A segunda tarefa é unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça.
- A terceira tarefa, e talvez a mais importante que devemos assumir hoje, é defender a Mãe Terra.
- A segunda tarefa é unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça.
- A terceira tarefa, e talvez a mais importante que devemos assumir hoje, é defender a Mãe Terra.
3. Quem vai fazer as mudanças?
Vós sois semeadores de mudança!
O futuro da humanidade não
está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e
das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de
se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção,
este processo de mudança.
Que
posso fazer eu, recolhedor de papelão, catador de lixo, limpador, reciclador,
frente a tantos problemas, se mal ganho para comer? Que posso fazer eu,
artesão, vendedor ambulante, carregador, trabalhador irregular, se não tenho
sequer direitos laborais? Que posso fazer eu, camponesa, indígena, pescador que
dificilmente consigo resistir à propagação das grandes corporações? Que posso
fazer eu, a partir da minha comunidade, do meu barraco, da minha povoação, da
minha favela, quando sou diariamente discriminado e marginalizado? Que pode
fazer aquele estudante, aquele jovem, aquele militante, aquele missionário que
atravessa as favelas e os paradeiros com o coração cheio de sonhos, mas quase
sem nenhuma solução para os meus problemas?
Muito! Podem fazer muito. Vós, os mais humildes, os explorados, os
pobres e excluídos, podeis e fazeis muito. Atrevo-me
a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na
vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca
diária dos “3 Ts” (trabalho, teto, terra), e também na vossa participação como
protagonistas nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais.
Não se acanhem!"
E lembrou
que “a Igreja, os seus filhos e filhas, fazem parte da identidade dos povos
na América Latina. Identidade que alguns poderes, tanto aqui como noutros
países, se empenham por apagar, talvez porque a nossa fé
é revolucionária, porque a nossa fé desafia a tirania do ídolo dinheiro.”
(Francisco aos Movimentos Populares, Bolívia,
09 julho 2105)
Este encontro de Movimentos Populares é um
sinal, é um grande sinal: vocês vieram colocar na presença de Deus, da Igreja,
dos povos, uma realidade muitas vezes silenciada. Os pobres não só padecem a
injustiça, mas também lutam contra ela!
Não se contentam com promessas ilusórias, desculpas ou
pretextos. Também não estão esperando de braços cruzados a ajuda de ONGs,
planos assistenciais ou soluções que nunca chegam ou, se chegam, chegam de
maneira que vão em uma direção: ou de anestesiar
ou de domesticar. Isso é meio perigoso. Vocês
sentem que os pobres já não esperam e querem ser protagonistas, se
organizam, estudam, trabalham, reivindicam e, sobretudo, praticam essa solidariedade tão especial que existe entre os que
sofrem, entre os pobres, e que a nossa civilização parece ter esquecido ou, ao
menos, tem muita vontade de esquecer.
“Como é lindo quando
vemos em movimento os Povos, sobretudo os seus membros mais pobres e os jovens.
Então, sim, se sente o vento da promessa que aviva a esperança de um mundo
melhor. Que esse vento se transforme em vendaval da esperança.”
(Papa Francisco, EMMP, Vaticano, outubro de 2014)
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