16/07/2017

TEXTO SUGERIDO 2:

14º INTERECLESIAL DAS CEBs
CEBs E OS DESAFIOS NO MUNDO URBANO
“Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7)
Deus escuta o clamor do povo que sofre opressões no mundo urbano e convoca as CEBs a participar – junto a todas as pessoas de boa-vontade – de sua libertação. Esta é a intuição profunda que une o tema e o lema do seu 14º Encontro Intereclesial.
O desafio é grande, diante do que representam as forças sociais, políticas, econômicas e culturais que estão na raiz das opressões sofridas pelos pobres nas cidades. Mesmo assim as CEBs aceitaram o desafio, por acreditarem que Deus envia o Espírito que ilumina e fortalece quem, no seguimento de Jesus, luta pela Justiça e pela Paz. A Fé em Jesus Libertador é, sem dúvida, sua principal força, mas elas sabem que a Fé só ganha eficácia na medida em que é a inspiração profunda para a ação transformadora do mundo.
1.O Caminho de Jesus Cristo: luz para as CEBs

A Palavra de Deus ilumina, orienta, fortalece o caminho: “é como a chuva que lava, é como fogo que alastra” ao se misturar à realidade, à vida, à história de quem entra em contato com ela. A lanterna da Palavra precisa ser sempre atualizada para iluminar a história que prosseguiu depois de sua redação. Esta é a tarefa da teologia, que busca a melhor forma para aplicar no mundo atual os princípios ali revelados. Vamos agora colocar a linha da vida na teologia e discernir as perspectivas que se abrem para as Comunidades Eclesiais de Base diante do desafio do mundo urbano.
Já foi apresentada a complexa realidade urbana de nosso País. A palavra teológica nos indicará o fundamento da ação das CEBs na cidade que hoje nos desafia. Partimos dos princípios para a ação de Jesus que se encontram no Segundo Testamento, enfatizando o texto de Mc 3,1-6 (seu debate com fariseus e herodianos) e complementamos com um princípio encontrado na tradição latino-americana do caminho cristão. Faremos então a transição entre o caminho de Jesus e o caminho da Igreja hoje, de modo a fundamentar as pistas de ação.

1.1. Uma proposta de inclusão
Não encontramos na Sagrada Escritura o conceito moderno de exclusão-inclusão, embora seja clara a experiência da exclusão e da inclusão. O lema de 14º Intereclesial nos recorda que já na história antiga do povo hebreu esta relação estava presente:
Iahweh disse: “Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa dos opressores, pois eu conheço as suas angústias” (Ex 3,7).

No Primeiro Testamento encontramos a relação de Deus com um povo bem determinado: o povo hebreu. Ele representa o caminho humano na direção da organização de uma sociedade que possibilite a realização de um projeto de justiça, paz e fraternidade. Esse caminho está cheio de dificuldades que desafiam o povo a encontrar formas adequadas para construir a sociedade desejada: deixando a escravidão no Egito, aquele povo faz a experiência marcante da sociedade tribal, opta pela monarquia, sofre a divisão em dois reinos e depois o exílio e o retorno à terra que já não mais lhe pertence plenamente. Os profetas e profetisas são como guias nessa caminhada histórica: denunciam os erros e, em meio a todas as adversidades ajudam esse povo a avançar na direção de sua dignidade.
No Segundo Testamento temos a Revelação de Jesus Cristo. Enquanto no Primeiro a Revelação se dá, sobretudo, na história do povo, no Segundo ela se dá na própria Humanidade, pois Deus se faz historicamente humano. Uma completa a outra: apesar de rupturas e continuidades, uma não existe sem a outra.
Jesus nasce no interior de um povo: cresce num vilarejo, percorre muitos lugares e morre na “metrópole” Jerusalém. Nesses caminhos encontra as pessoas e percebe, com a nitidez da luz divina, quanta gente caminha como “ovelha sem pastor” (Mc 6,34). Eram ovelhas feridas e doentes, como a multidão de seres humanos que hoje vivem nas periferias do mundo, como aqueles e aquelas que na cultura urbana são induzidos à ilusão das drogas, da violência e do consumo.
Muitos estão excluídos: estão por fora e não contam, como o homem da “mão atrofiada” de Mc 3,1-6, um impuro. Jesus convida-o a entrar até o meio da sala dos puros e interpela quem ali está a reconhecer nele a dignidade da pessoa humana. Porque ela não foi reconhecida, Jesus ficou triste e indignado com seus opositores.
O Nazareno encontra leprosos, crianças, pessoas de profissões impuras e mulheres que naquele contexto estavam excluídas do reconhecimento de sua plena humanidade. Convida a todos e todas a entrar no Caminho do Reino de Deus. O dom do Reino é reconhecido exatamente quando essas pessoas antes excluídas passam a entrar: “Quando foi que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?” (Mt 25,44).
Também as nossas cidades desconsideram a dignidade dos pobres. Muitas vezes, além de não se respeitar seus direitos, usa-se a lei para empurrá-los ainda mais para o lado de fora. Essa dinâmica da vida nas cidades modernas é por vezes absorvida pelas estruturas da Igreja, que não levam a sério as desigualdades territoriais, sociais e econômicas que a configuram. Nas paróquias católicas isto é bem frequente. Isso causa preocupação aos bispos brasileiros, que falam da necessidade de uma “Nova Paróquia” (Doc. 100 da CNBB): as estruturas da Igreja não devem reproduzir a mesma exclusão que se encontra no atual modelo de cidade.
1.2. O amor acima da “Lei’

Continuemos a reflexão sobre o texto de Marcos para buscar uma luz para a pastoral no mundo urbano. A narrativa do “homem da mão atrofiada” começa com a referência aos opositores de Jesus, preocupados com o cumprimento ou não da Lei. A Lei é a Torá, o livro sagrado dos judeus, que chamamos Pentateuco. Ela proíbe qualquer tipo de trabalho em dia de Sábado. Ora, Jesus era um judeu praticante. O Evangelho de Mateus lembra que Ele não veio abolir a Lei e os profetas (Mt 5,17). Não era, portanto, o que hoje as pessoas chamariam de anarquista. A novidade é afirmar que se a lei não cumpre o papel de garantir a dignidade humana, ela precisa ser reinterpretada, revista ou até mesmo revogada. A narrativa de Marcos diz que seus opositores o observavam para ver se curaria no sábado, para o acusarem (Mc 3,2). De fato, Jesus descumpre a Lei tomada ao pé da letra, ao mandar o impuro entrar no ambiente dos puros, e ainda ao curá-lo sendo Sábado. Em vez desse gesto provocar a mudança de atitude de seus opositores, os torna ainda mais rígidos: daquele dia em diante os fariseus com os herodianos imediatamente conspiraram contra ele sobre como o matariam (Mc 3,6).
Assim tem acontecido, ao longo da história, com muitas pessoas que colocam “o amor acima da lei”, como o operário Santo Dias e tantos outros e outras mártires que deram a própria vida para defender o direito dos pobres. Já quem se prende ao rigor da lei de equilíbrio fiscal e não libera recursos para a saúde pública, por exemplo, será elogiado como ministro responsável que aplica só o que determina o orçamento, mesmo que deixe morrer quem poderia ser curado se tratado a tempo...
Nossas cidades que “incluem sem incluir” criam a ilusão legal de que todos estão sendo beneficiados, embora isso seja enganação. Quando as famílias empobrecidas ou recém-chegadas à cidade são empurradas, por força da legislação urbana, para a periferia da periferia, ao mesmo tempo que as favelas próximas aos grandes centros são segregadas, é a dignidade humana que está sendo jogada fora. Se tivermos o olhar de Jesus, saberemos identificar as vítimas de um sistema legal que na realidade barra os caminhos para que todos usufruam a dignidade da vida. Jesus de Nazaré andava com pecadores, publicanos, doentes considerados impuros, crianças e mulheres que eram excluídas, porque a Lei legitimava a exclusão.

1.3. O cuidado como defesa da vida

Vida, sim, e vida em abundância (Jo 10,10) é o que Jesus revela ser o projeto de Deus para nós. Aí reside outro critério fundamental da narrativa de Mc 3,1-6: a “defesa irrevogável da vida”. O que é lícito, pergunta Jesus, fazer no dia de Sábado, o bem ou o mal? Salvar a vida ou matar? (Mc 3,3).
Pode-se cumprir a Lei sem levar em consideração a serviço de quem ela se coloca e, prendendo-se à Lei, excluir quem não se enquadra em seus padrões. Por isso Jesus ensina a colocar o Amor como o critério chave para o cumprimento da lei. Esse critério evita que por trás dos dispositivos legais a favor da vida persista a insensibilidade em relação a formas estruturais de destruição da vida humana. É o que ocorre com frequência com pessoas que criticam quem defende os direitos humanos: elas são incapazes de reconhecer a humanidade de todas as pessoas, independentemente dos crimes que possam ter cometido. Nesses casos abre-se a porta para a barbárie e legitima-se a lei do mais forte que exclui, segrega e mata quem está fora dos padrões estabelecidos.
As atitudes de Jesus são marcadas pelo cuidado. Sendo um bom judeu, critica a dureza de coração dos homens que por qualquer razão dão carta de divórcio às mulheres (Mt 19,7), fazendo delas vítimas de uma lei que não reconhece sua dignidade de pessoa humana. Jesus não esquece que homem e mulher são imagem e semelhança de Deus, e não apenas o varão. Essa atitude de cuidado o coloca sempre na defesa da vida daqueles e daquelas que sofrem vulnerabilidade.
Seguindo o Caminho de Jesus, somos convidados a reconhecer, na imensidão urbana, o valor e a dignidade de todas as pessoas, especialmente daquelas cuja dignidade é quase invisível. Ele nos desafia a denunciar as estruturas urbanas que deixam os piores lugares para quem não tem como pagar por moradia decente. Desafia também a proteger quem, por protestar contra essa discriminação, coloca sua vida em risco. Desafia, enfim, a respeitar a vida e a dignidade de quem é classificado como bandido, criminoso ou marginal e está sujeito ao assassinato sumário por grupos de extermínio, milícias e até por policiais despreparados ou mal-intencionados. Inspirados pelo Caminho de Jesus, somos chamados a inventar um estilo de vida que, no século 21, seja um sinal do Reino de Deus. No campo e na cidade, sempre houve quem procurasse encarnar o Evangelho do Reino em seu tempo; hoje esse desafio requer um esforço renovado devido à sua complexidade cultural, notadamente as culturas urbanas. Essa é a missão evangelizadora das Igrejas que se colocam no Caminho do Cristo.
2. Atualizar a Boa Nova de Jesus

Até aqui vimos alguns princípios da atuação de Jesus Cristo enquanto andava entre nós. Princípios que continuam como referência, mas por si sós são insuficientes para fundamentar nossa missão como seus seguidores e seguidoras do mundo atual. Para entender a missão no mundo urbano e plural não basta qualificar o missionário e adaptar sua linguagem: é preciso, antes de qualquer coisa, adquirir uma atitude profundamente dialogal. A atitude expansionista, que visa aumentar o número de fiéis, já se demonstrou infrutífera: o longo regime de cristandade não tornou o mundo mais humano e, portanto, mais próximo do Reino de Deus. Hoje a atitude dialogal da missão deve buscar ser sinal dos valores do Reino no meio do mundo.

2.1. O Reino de Deus na história humana

A história da fé cristã pode ser vista como a história da fidelidade ao Caminho de Jesus. O que seria ser fiel no interior de uma comunidade de órfãos e viúvas desassistidos? (At 6, 1-7) Como a fé no projeto salvífico de Cristo leva a atuar na história em sintonia com este projeto?
Fazer um passeio pela história das igrejas cristãs nos ajuda a ver suas contradições, mas também a encontrar testemunhos proféticos que unem a instituição eclesial ao Caminho de Jesus. A Didaqué, antigo texto do catecismo cristãos, datado no final do primeiro século depois de Cristo, lembra-nos que há dois caminhos: o da morte e o da vida. Quem é introduzido no cristianismo deve ser conduzido ao amor ao próximo: Não rejeite o necessitado. Divida com o seu irmão, e não diga que são coisas suas. Se vocês estão unidos nas coisas que não morrem, tanto mais nas coisas perecíveis. (IV,5). Outro texto antigo, A carta a Diogneto, datado próximo à metade do segundo século, assim descreve os cristãos:
Moram alguns em cidades gregas, outros em bárbaras, conforme a sorte de cada um; seguem os costumes locais relativamente ao vestuário, à alimentação e ao restante estilo de viver, apresentando um estado de vida (político) admirável e sem dúvida paradoxal. Moram na própria pátria, mas como peregrinos. Enquanto cidadãos, de tudo participam, porém tudo suportam como estrangeiros. Toda terra estranha é pátria para eles e toda pátria, terra estranha. (IV,4).

Na história recente aprendemos que o esforço para ser presença viva do Evangelho é tarefa que requer atenção constante aos sinais dos tempos. A Encíclica Deus é Amor ao falar da tríplice natureza íntima da Igreja – o anúncio da Palavra de Deus, a celebração dos Sacramentos e o serviço da Caridade – lembra que não pode faltar o diálogo com qualquer instância que também procure o bem da Humanidade. Antes dela, a Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi, escrita quando se começava a perceber o impacto da vida moderna sobre as pessoas, referia-se ao testemunho como condição fundamental para ser sinal do Reino. Por seis vezes o Papa Paulo VI vai enfatizar a necessidade do testemunho (nos 6, 15, 21, 26, 41, e 76 da EN) como expressão concreta do amor. Testemunho que precisa levar em consideração a realidade da cultura, como ele sintetiza no nº 20:
Poder-se-ia exprimir tudo isto dizendo: importa evangelizar – não de maneira decorativa, como que aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade e isto até às suas raízes – a cultura e as culturas do homem, no sentido pleno e amplo que estes termos tem na Constituição “Gaudium et Spes”, a partir sempre da pessoa e fazendo continuamente apelo para as relações das pessoas entre si e com Deus.

O magistério recente da Igreja católica recusa a demonização da cultura moderna e seu modo de vida urbano, que se tipifica em um grande número de expressões culturais. É preciso entendê-la para, dentro dela, buscar os sinais do Reino. O atual processo de vida urbana exige que mergulhemos com profundidade na mente e no coração de pessoas que estruturam suas vidas de modo muito diferente de algumas décadas atrás. Para essas pessoas, não basta reafirmar princípios tradicionais, ainda que adaptados a expressões modernas. É preciso descobrir um modo novo de viver esses mesmos princípios em nossos dias. Basta pensar, por exemplo, no modelo de família, que hoje tem diferentes expressões, tão ou mais compatíveis com valores humanos fundamentais do que seu conceito jurídico ou doutrinário. Se não compreendermos essa realidade, correremos o risco de excluir pessoas, principalmente as crianças cuja família não corresponde ao modelo anterior à cultura moderna.
2.2. Uma Pastoral Urbana
Os bispos católicos reunidos em Aparecida em 2007, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, perceberam o desafio de uma Pastoral Urbana. No número 514 desse documento eles falaram: A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio a suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio a suas dores e sofrimentos. Essa visão inspira o projeto pastoral das igrejas que se querem ser continuadoras da Missão de Jesus Cristo no mundo de hoje e vão ao encontro das pessoas que estão aí. O Papa Francisco, ainda cardeal, escreveu em 2010 como a Conferência ajudou seu coração de pastor a tomar consciência deste desafio:
Quando rezo pela cidade de Buenos Aires, agradeço o fato de que seja a cidade em que nasci. O carinho que brota de tal familiaridade ajuda a encarnar a universalidade da fé que abraça a todas as pessoas de toda cidade. Ser cidadão de uma grande cidade é algo muito complexo hoje em dia, já que os vínculos de raça, história e cultura não são homogêneos e os direitos civis tampouco são plenamente partilhados por todos os habitantes. Na cidade, há muitíssimos “não cidadãos”, “cidadãos pela metade” e “sobrantes”: ou porque não gozam de plenos direitos – os excluídos, os estrangeiros, as pessoas sem documentos, os jovens sem escolaridade, os anciãos e enfermos sem plano de saúde –, ou porque não cumprem com seus deveres. Nesse sentido, o olhar transcendente da fé que leva ao respeito e ao amor ao próximo ajuda a “escolher” ser cidadão de uma cidade concreta e a pôr em prática atitudes e comportamentos que criam cidadania.
Precisamos, portanto, de coragem profética para nos misturarmos com a cidade, dirigindo-nos aos lugares sombrios onde seres humanos não veem a luz de sua dignidade. Assim construiremos novas comunidades em favelas e bairros periféricos, mas também em condomínios que se abram aos pobres. É isso, que de um modo e de outro, as CEBs têm feito desde sua origem, impulsionadas pelo Concílio Vaticano II inculturado à América Latina e Caribe pela Conferência de Medellín, em 1968. Com erros e acertos, mas sem medo de ficar com os pés sujos de barro. É o que as comunidades continuam a querer agora, diante do novo tempo em que vivemos e diante do desafio de articular campo e cidade. Queremos, com o Papa Francisco e com todas as demais igrejas, religiões e pessoas de boa vontade, sair ao encontro, mesmo correndo o risco de ser feridos, mas com a convicção de que a aliança com Deus passa pelos pobres.
Precisamos cultivar a misericórdia e a hospitalidade, virtudes fundamentais na vida do cristão e da cristã. Nossas CEBs, parafraseando o Papa Francisco, precisam ser oásis de misericórdia. Precisamos fazer sinais de um mundo melhor. Ouçamos o silêncio ensurdecedor dos que estão nas periferias do mundo, inclusive as periferias existenciais.
Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda (MV, 15)
Somente um coração misericordioso e hospitaleiro pode ir na direção correta de um programa de transformação da realidade urbana. E as palavras do Papa Francisco em visita à maior favela do mundo – a Comunidade de Kangemi, em Nairobi – em abril de 2015, dão valiosos critérios de ação:
Neste sentido, proponho que se retome a ideia duma respeitosa integração urbana. Nem erradicação nem paternalismo, nem indiferença nem mero confinamento. Precisamos de cidades integradas e para todos. Precisamos ir além da mera proclamação de direitos que, na prática, não são respeitados, e promover ações sistemáticas que melhorem o habitat popular e projetar novas urbanizações de qualidade para acolher as futuras gerações. A dívida social, a dívida ambiental para com os pobres das cidades paga-se tornando efetivo o direito sagrado dos «três T»: terra, teto e trabalho. Isto não é filantropia, é um dever moral de todos.
Também em seus encontros com Movimentos Sociais o Papa insiste no sagrado direito dos «três T», e interpela-nos sobre qual tem sido nossa presença como Igreja cristã no mundo atual. Que tipo de presença temos nas periferias? Qual a qualidade dessa presença? Na articulação das comunidades permitimos que se reproduzam formas autoritárias de poder? Fazemos do poder sagrado um serviço humilde e democrático, ou o utilizamos para manter as pessoas submissas? Fazemos do poder sagrado um serviço humilde e democrático, ou o utilizamos para manter as pessoas submissas?


Em que medida o direito sagrado dos “três Ts” orienta a ação pastoral em sua comunidade ou sal Igreja local?

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